Gergin Ginecologia

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sábado, 22 de janeiro de 2011

Chegou a hora!

O Pedro nasce neste sábado. Por conta de algumas alterações do bem-estar dele, relacionadas ao diabetes gestacional e ao líquido amniótico, meu obstetra e eu resolvemos que o melhor é que o Pedro venha ao mundo hoje. Nada sério, mas não dá para ficar esperando a natureza agir e correr alguns riscos. Em obstetrícia, estamos lidando com duas vidas  a da mãe e a do bebê –, e o sucesso se dá quando conseguimos entregar ambos em ótimo estado.



Em razão do parto, vou ficar uns dias sem aparecer neste espaço. Quero aproveitar para falar sobre o líquido amniótico.

O que é o líquido amniótico?
Ele envolve o feto depois das primeiras semanas de gestação. Durante grande parte da gravidez, o líquido vem quase que inteiramente do feto e exerce uma série de funções essenciais para o crescimento e desenvolvimento normal do bebê:
  • Ajuda a protegê-lo de um trauma no abdômen materno;
  • Amortece a compressão do cordão umbilical entre o feto e o útero;
  • Possui propriedades antibacterianas que fornecem alguma proteção contra infecções;
  • Serve como um reservatório de líquidos e nutrientes para o feto;
  • Fornece o fluido necessário, bem como espaço e os fatores de crescimento, para permitir o desenvolvimento normal dos pulmões fetais e dos sistemas músculo-esqueléticos e gastrintestinais.
Alterações no volume de líquido amniótico, tanto para menos (oligoidrâmnio ou oliamnio) como para mais (polidrâmnio), estão associadas a uma infinidade de problemas na gravidez.

Quando o líquido está acima ou abaixo do normal, podem haver conseqüências, como a interrupção antecipada da gravidez – e mesmo que seja aos nove meses, o recém-nascido pode ser pequeno para a idade gestacional. Há também mais riscos de internação em UTI neonatal e de haver malformações congênitas. Além disso, o líquido alterado pode ser o primeiro sinal de alguma doença, como diabetes, hipertensão gestacional e infecções congênitas, entre outras.

Como o líquido se forma?
No início da gestação, ele se forma por trocas de líquidos entre a placenta e a membrana que forma a bolsa das águas e, ainda, por secreções da pele do bebê. Da metade para o final da gravidez, o líquido se forma, basicamente, por meio da urina do bebê e das secreções produzidas por seus pulmões.

A regulação da quantidade ocorre por diversos mecanismos – a priori, pela deglutição e excreção do próprio feto através da urina e de suas secreções pulmonares. O volume do líquido na gestação aumenta, gradativamente, até o período entre a 34ª e a 36ª semanas (oito meses). Posteriormente, até o nono mês, o volume de fluido pode até diminuir, mas ainda se mantendo dentro da normalidade.

O volume de produção de urina fetal, a deglutição e a secreção de líquido do pulmão podem provocar variações na quantidade de líquido amniótico. Assim, o volume é um reflexo da condição fetal. Lembrando que, além do próprio feto, a condição materna pode afetar o nível do fluido, já que mãe e filho estão conectados intimamente, através do cordão umbilical.

Eu volto assim que puder para contar como foi o parto do Pedro e falar sobre os primeiros dias de maternidade pra valer. Conto com a torcida de todos! Até lá!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro


Impossível não se comover diante do que está acontecendo com as pessoas prejudicadas por essa tragédia. Muitas ainda não foram localizadas, vivas ou não, e talvez muitas nem serão.

Acredito que o momento para quem está longe, como eu, seja de pensar em ajudar os que estão vivos e precisam de toda e qualquer ajuda que puderem receber. Infelizmente, com essa barriga de nove meses, não posso me tornar voluntária para ajudar a Cruz Vermelha ou outras entidades a selecionar as doações e, muito menos como médica, ir para as frentes de atendimento à população.


Então, pensei na melhor forma de ajudar. Neste momento, ouvi o noticiário informando que estão precisando de itens para bebês e crianças. Resolvi selecionar parte das fraldas e outros itens do enxoval do Pedro para doar. Selecionei também roupas íntimas minhas e do marido, além de roupa de cama e banho, um cobertor, rodo, vassoura e balde. São itens que, em minha casa graças a Deus, poderei repor sem problemas e, mesmo em pequena quantidade, acredito que serão de grande valia.

Na tragédia de Santa Catarina, há dois anos, preferi ajudar com compras de água e alimentos no supermercado, mas, agora, com essa barriga, está difícil a locomoção.

Se não há itens usados em casa, nem dá tempo de ir ao supermercado, é possível também fazer doações em dinheiro. Se estiver sem dinheiro, mas tem um dia de folga, é só procurar uma dessas entidades, a qualquer momento, e ser voluntário.

Só acho que não é possível ficar parada. Tudo o que eu puder fazer para que o Pedro viva em um mundo melhor tentarei fazer e, desde cedo, quero que ele aprenda que não é possível viver sozinho, que vivemos em grupo e devemos sempre ser solidários da maneira que for possível. São pessoas como nós, com uma história de vida para contar e que nesse momento precisam de ajuda.

Vamos ajudar!!!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Música para o bebê

Quem não gosta de música? Claro, os gostos variam, mas é indiscutível que a música faz parte da nossa vida, nos remete a bons momentos. Quem não se lembra de pelo menos uma música que a consolou em alguma fossa na adolescência, por exemplo. Tem gente que gosta de ouvir música para estudar ou trabalhar; outros para dormir. Muitas amizades começam por conta de preferências musicais parecidas, e assim por diante. Ou seja, a música está sempre ligada a nossas emoções.

E na gravidez?

Não há nenhum estudo conclusivo acerca dos efeitos que a música possa trazer sobre o bebê em formação. Mas já se sabe que pode trazer benefícios no tratamento da ansiedade, independentemente da gravidez. Sabemos também que nós, gestantes, ficamos bastante ansiosas nessa fase. E que as emoções vividas pela mãe durante a gestação podem ter alguma influência no comportamento do bebê, naquele período e também após o nascimento.

Então, acredito que a música possa ser muito útil durante os nove meses, mesmo sem termos comprovação sobre o comportamento dos bebês em relação a isso. A música vai ajudar a nos manter tranqüilas, e grávida tranquila tem menos riscos de complicações, como, por exemplo, sofrer de pressão alta e de depressão pós-parto.



Eu comprei um fone de barriga para o iPod e fiz seleções de músicas clássicas que tem versões para bebês, mais suaves que as originais. O que percebo é que o Pedro se mexe bastante quando escuta as músicas, e eu aproveito para relaxar e descansar as pernas nesses momentos. Só tomo cuidado para deixar o som baixinho e não ultrapassar 30 a 40 minutos por “sessão de audição”.

Pretendo levar a seleção musical que fiz para a maternidade. Quem sabe deixarei tocando na sala de parto e, depois, vou colocar durante as mamadas do Pedro também. Assim, ele vai sentir que está em um ambiente familiar. Afinal, não deve ser fácil ser recém-nascido: em um minuto você está em um ambiente escurinho e quentinho, ligado à sua mãe pelo cordão umbilical, e, de repente, te tiram dali e começam a te passar de mão em mão.

Com certeza, não há contraindicações para isso. E são momentos de muito carinho e demonstração de amor com meu filho.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ômega 3 e gestação

Durante a gestação, todos já sabem que precisamos ficar ainda mais atentas à nossa alimentação. Estamos formando um novo indivíduo e, então, quanto mais variada e balanceada for nossa dieta, mais chances de darmos à luz um bebê saudável.

Já há algum tempo, muito se tem comentado a respeito do Ômega 3. Essa substância pode ser encontrada em peixes de águas frias, como truta, salmão e sardinha, e também em suplementos alimentares vendidos em cápsulas. Outros alimentos que a contêm são azeite de oliva e óleo de canola.



Em diversas áreas da medicina, a ingestão dos chamados ácidos graxos Ômega 3 tem sido relacionada a efeitos benéficos como para o controle de colesterol, diabetes tipo 2 e mal de Alzheimer, para a melhora dos sintomas da depressão e performance de atletas e para colaboração na prevenção de câncer de mama e de próstata, entre outros exemplos.

Para as grávidas, os estudos mostram que, se ingerido durante a fase final da gestação e nos primeiros meses de vida do bebê, o Ômega 3 pode melhorar a capacidade sensorial, cognitiva e motora da criança. E aumenta também a qualidade de sono da futura mamãe nos últimos meses de gravidez, quando ela já não acha mais posição para dormir. Além de ajudar na prevenção de pré-eclâmpsia (pressão alta da gravidez) e depressão pós-parto.

Claro, o Ômega 3 é apenas um complemento. O pré-natal adequado e todas as outras medidas de uma vida saudável – como fazer atividades físicas e uso de medicação, quando necessário – não podem ser deixados de lado.

Só o tempo irá dizer se ajudei o Pedro a ser um rapazinho mais inteligente, mas, independentemente disso, serei uma mãe mais saudável com essa complementação alimentar. Isso, com certeza, é mais uma prova de amor!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Gravidez após os 40

Há uma semana, dei uma entrevista ao vivo à Rádio Jovem Pan AM sobre os riscos da gestação em mulheres acima dos 40/50 anos (aqui, o link para quem quiser ouvir: http://bit.ly/fJFdpi). O assunto surgiu por conta da gestação da atriz Solange Couto, de 54 anos, anunciada esta semana. Resolvi aproveitar o nosso espaço aqui para falar um pouco sobre isso.


A idade média da primeira gravidez está aumentando a cada ano, no mundo. Isso se deve às mudanças do papel da mulher na sociedade. Hoje, podemos escolher quando ter filhos, assim como estudar, trabalhar e ter uma carreira – algo que, até um tempo atrás, não era comum. Isso, associado à expectativa de vida mais alta da população, dá à mulher o direito de escolher ficar grávida mais tarde.

Nós, mulheres, já nascemos com todos os óvulos que teremos disponíveis por toda a vida. E, a cada mês, desde que começamos a menstruar, um deverá ser liberado durante a ovulação. Da mesma forma, os óvulos vão envelhecendo conosco. É esse o principal motivo de preocupação que temos com gestações a partir do 35 anos e, principalmente, a partir dos 40 – o que dizer, então, após os 50?

Cada óvulo carrega metade da carga genética que dará origem ao nosso bebê (a outra metade vem do espermatozóide do parceiro), e essa carga genética vai envelhecendo também. Por isso os riscos aumentados de acontecerem síndromes genéticas, como a síndrome de Down, entre outras.

Ah, então não devemos engravidar após os 35 anos???

Podemos, sim!!! Mas devemos tomar cuidados ainda maiores mesmo antes de engravidar. É importante fazer um planejamento, desde a decisão de começar a tentar engravidar. Assim, a obstetra poderá avaliar a candidata a gestante e prever os riscos maiores que ela poderá enfrentar.

Riscos de aborto, parto prematuro, dar à luz um bebê de baixo peso, hipertensão e diabetes gestacional são maiores. Porém, com um acompanhamento pré-natal bem feito, é possível minimizá-los, e em qualquer idade!

A mulher conquistou o direito de estudar, trabalhar... de ser feliz. E deve, sim, ter o direito de exercer sua principal função biológica quando quiser. Cabe a nós, médicos, como instrumentos da ciência, dar a melhor assistência possível a essas futuras mamães.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Entrevista ao vivo Rádio Eldorado Santa Catarina

Ouça daqui a pouco, às 14h40, ao vivo, entrevista que darei à Rádio Eldorado, de Santa Catarina.

O tema é sobre como os avanços científicos tornam as gestações mais seguras.

Para ouvir, basta acessar o link http://www.radioeldorado.net/ao_vivo.html .

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Nova contagem regressiva

A contagem regressiva do ano novo acabou – aliás, um feliz 2011 a todos! –, e agora começa a contagem regressiva para a chegada do Pedro. Estou com 36 semanas de gravidez. Então, os preparativos já estão quase todos prontos. É importante deixar tudo à mão, pois nunca sabemos quando o bebê vai resolver nascer.



As roupas do bebê
Já deixei as roupinhas do bebê lavadas com sabão líquido específico, passadas e empacotadas. Os pacotes são importantes porque, na maternidade, entregamos a muda de roupa já organizada para a equipe de enfermagem, a cada troca. Ao todo, fiz seis pacotes.

Em cada pacote coloquei um body, um culote (mijãozinho), um macacão ou um casaquinho (daquele que forma o pagão) e uma fralda de pano grande. Em alguns, coloquei gorro e luvinhas. Como estamos em janeiro, acredito que fará calor. Por isso, preparei conjuntos de materiais mais leves.

Além disso, estou levando três mantas brancas – uma de lã e duas de linha – e algumas fraldinhas de boca pequenas e grandes. Tem também um saco para roupa suja e um kit de pente e escova de cabelo. Os produtos de higiene, fraldas e toalha para o bebê, em geral, são fornecidos pela maternidade. Mas é sempre bom confirmar essa informação com a maternidade que escolher.

As minhas roupas
A minha mala está quase pronta: três camisolas com abertura na frente, calcinhas de pós-parto (que são mais altas na frente e ajudam a firmar a barriga) e sutiãs de amamentação. Existem alguns modelos diferentes... O importante, do ponto de vista médico, é escolher os que para você ficarão confortáveis e deixarão a mama livre, de modo que o bebê consiga fazer a pega adequada. Ele deverá abocanhar todo o mamilo, e não só o bico da mama, e a mama não poderá ficar esmagada pelos elásticos do sutiã. Então, comprei um de cada tipo e vou testar qual prefiro para comprar mais depois.

Há mulheres que não se incomodam em circular de camisola pela maternidade. Nesse caso, é só colocar um robe na mala para receber as visitas também. Como maternidades são meu ambiente de trabalho, me sentiria um pouco desconfortável encontrando colegas de trabalho vestida de camisola. Por isso, estou levando vestidos com abertura frontal para passar o dia, caminhar pelos corredores e receber as pessoas. E é bom levar também a cinta, que poderá ser colocada já no segundo dia depois do parto. Eu prefiro aquelas que são uma calcinha, mas cada obstetra tem uma preferência. Então, antes de comprar, converse com a sua!

Além das roupas para ficar lá os três dias (essa é a média, mas pode acontecer de a internação ser prolongada por qualquer motivo), é preciso uma muda de roupa para sair da maternidade, que deve ser confortável. Tendo passado por um parto, seja normal ou cesárea, você poderá estar com dores, além de ter que amamentar. Então, escolha algo que tenha abertura frontal.

Outros itens importantes
Na frasqueira, não esqueça de colocar os itens pessoais de higiene e absorventes íntimos, pois, após o parto, existe a loquiação – trata-se de um sangramento que faz parte da recuperação pós-parto e dura vários dias, diminuindo aos poucos até cessar. Leve também absorventes para as mamas, que podem ficar vazando leite. E, claro, maquiagem, um kit de emergência para unhas e tudo o mais que você costuma utilizar para ficar mais bonita!

Existe também a mala do seu acompanhante, que é mais simples: uma mala comum para a pessoa passar os três dias com você. Vou aproveitar a mala do marido para colocar os extras: câmera fotográfica, lembrancinhas, porta retrato com foto da gravidez, enfeite de porta, revistas e livros, laptop, carregadores, livro de visitas, quitutes e bebidas para as visitas...

É preciso lembrar ainda de instalar a cadeirinha do bebê no carro. Hoje em dia, não se pode sair da maternidade com o bebê no colo: ele já deverá voltar para casa instalado na cadeirinha.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A escolha da maternidade

Escolher a maternidade é uma tarefa que não deve ser deixada para a última hora. Mas, para isso, é preciso ter algumas informações em mãos:

1 - Quais maternidades o seu plano de saúde cobre?

2 - Dessas, em quais a sua obstetra é credenciada?



A partir dessas respostas, é hora de avaliar outros critérios. O mais importante é saber qual é a maternidade de preferência do seu médico. Mas é importante também ouvir opiniões de amigas, colegas ou parentes que tiveram bebês nas maternidades pré-selecionadas e saber delas qual a experiência em relação ao atendimento, incluindo estacionamento, recepção, pronto socorro, hospedagem, serviço de enfermagem, comida, relação com médicos pediatras e anestesistas, entre outros aspectos.

Em posse de todas essas opiniões, sempre recomendo às minhas pacientes que visitem as maternidades antecipadamente. A maioria tem um serviço de visitação guiada. Durante a visita, é mostrado ao casal o caminho que vão percorrer quando estiverem lá. Isso ajuda muito na hora, porque, quando a mulher entra em trabalho de parto ou rompe a bolsa, é natural que todos fiquem ansiosos. Então, se já conhecer o local, será uma preocupação a menos.

Essas visitas costumam ser agendadas. Gosto que os casais visitem mais de uma maternidade, pois, ultimamente, em São Paulo, as maternidades andam bem cheias e nem sempre há vaga na hora do parto na instituição escolhida. Então, é bom ter uma segunda opção.

É bom checar também o caminho da sua casa até a maternidade e as opções de rota em caso de trânsito, por exemplo.

Maternidade escolhida, é hora de fazer as malas! Dicas no próximo post...