Viajar sem filhos

Pessoal,

Esse tema está bem forte em minha vida este ano. No carnaval, pela primeira vez viajamos por 3 dias e meio sozinhos. Conto o "meio" porque cada minuto faz diferença na minha conta de mãe eternamente culpada. E ainda terei umaviagem a trabalho nos próximos meses.

Escolhi escrever sobre isso no post de dias das mães porque o dia é DAS MÃES e seremos melhores mães quanto mais felizes estivermos, certo?

No dia a dia  eu e o Fábio, meu marido, não temos o hábito de deixá-lo para dormir na casa de avós de rotina, simplesmente porque já passamos tanto tempo no trabalho que aos finais de semana queremos grudar nele. A programação é completa: parques, shows, sempre buscamos opções diferentes, além de restaurantes, fazer comida em casa todo mundo junto ou simplesmente nos curtir lendo ou brincando no "quarto do meio", como é conhecido o quarto de brincadeiras. Viajar, quando dá, é sempre ótimo. Juntar os amiguinhos do prédio, da escola...enfim, ficar junto é o que importa, o como é detalhe.

Mas é claro que a relação do casal fica em segundo plano, nem lembro a última vez que fomos ao cinema. Não temos uma regrinha como muitos tem de sair a cada 15 dias religiosamente ou semanalmente, mas acho que deveríamos sair mais só nós.

Converso muito com minhas pacientes e amigas sobre isso. Tem histórias de todo tipo, das que viajam muito sem os filhos, das que nunca viajaram, das que saem toda semana, das que nunca saíram sem os filhos e os meios termos. A única coisa que todas falam é que independente de como façam, se sentem culpadas em algum momento!! E que os maridos sempre gerenciam numa boa a saudade, alguns cobram mesmo mais tempo, mais companhia, por melhores pais que sejam. Fazem isso porque nos amam e sentem faltam, assim como nós, do namoro.

E é com eles que passaremos, ou ao menos, pretendemos passar o resto de nossas vidas, certo? Os filhos são do mundo. Irão para o mundo. Acredito que temos que construir uma relação forte e intensa com eles para que voltem sempre, que tenham em nossa casa, em nosso colo o porto seguro deles. Mas nosso parceiro de jornada verdadeiro é o nosso marido. Os filhos serão parte dessa jornada, talvez a parte mais importante, mas descobrirão o próprio caminho e encontrarão o próprio parceiro para construir. É difícil assimilar isso tudo, já que sentimos algo tão visceral por esses pequenos, né?

Eu tenho essa dificuldade diariamente, acreditem.

Como médica de mulheres me preocupo com essa coisa de minhas pacientes estarem sempre mais preocupadas com os outros do que consigo. Sempre cuidando primeiro dos filhos, da casa, do marido, do trabalho, dos pets, dos pais e só depois procurando tempo para se prevenir, se exercitar, se alimentar. E nem vou falar em se divertir. Às vezes, gostaria de prescrever em receituário médico algo do tipo:
Uso externo:
 1. Diversão 2 x por semana por 1 hora, uso contínuo!!!

Bom final de semana pra vocês e para as mamães um Domingo das Mães mais que especial!!!

Parabéns para nós!