Gergin Ginecologia

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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Gravidez após os 40

Há uma semana, dei uma entrevista ao vivo à Rádio Jovem Pan AM sobre os riscos da gestação em mulheres acima dos 40/50 anos (aqui, o link para quem quiser ouvir: http://bit.ly/fJFdpi). O assunto surgiu por conta da gestação da atriz Solange Couto, de 54 anos, anunciada esta semana. Resolvi aproveitar o nosso espaço aqui para falar um pouco sobre isso.


A idade média da primeira gravidez está aumentando a cada ano, no mundo. Isso se deve às mudanças do papel da mulher na sociedade. Hoje, podemos escolher quando ter filhos, assim como estudar, trabalhar e ter uma carreira – algo que, até um tempo atrás, não era comum. Isso, associado à expectativa de vida mais alta da população, dá à mulher o direito de escolher ficar grávida mais tarde.

Nós, mulheres, já nascemos com todos os óvulos que teremos disponíveis por toda a vida. E, a cada mês, desde que começamos a menstruar, um deverá ser liberado durante a ovulação. Da mesma forma, os óvulos vão envelhecendo conosco. É esse o principal motivo de preocupação que temos com gestações a partir do 35 anos e, principalmente, a partir dos 40 – o que dizer, então, após os 50?

Cada óvulo carrega metade da carga genética que dará origem ao nosso bebê (a outra metade vem do espermatozóide do parceiro), e essa carga genética vai envelhecendo também. Por isso os riscos aumentados de acontecerem síndromes genéticas, como a síndrome de Down, entre outras.

Ah, então não devemos engravidar após os 35 anos???

Podemos, sim!!! Mas devemos tomar cuidados ainda maiores mesmo antes de engravidar. É importante fazer um planejamento, desde a decisão de começar a tentar engravidar. Assim, a obstetra poderá avaliar a candidata a gestante e prever os riscos maiores que ela poderá enfrentar.

Riscos de aborto, parto prematuro, dar à luz um bebê de baixo peso, hipertensão e diabetes gestacional são maiores. Porém, com um acompanhamento pré-natal bem feito, é possível minimizá-los, e em qualquer idade!

A mulher conquistou o direito de estudar, trabalhar... de ser feliz. E deve, sim, ter o direito de exercer sua principal função biológica quando quiser. Cabe a nós, médicos, como instrumentos da ciência, dar a melhor assistência possível a essas futuras mamães.

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