A saúde bucal não pode ser descuidada durante a gestação. Por isso, eu já fui a uma consulta com minha dentista, em que foi feita uma limpeza dos dentes e aplicação de flúor. Por sorte, não foi necessário nenhum outro tratamento.
Aproveitando a deixa, resolvi postar um texto de uma dentista muito competente e uma pessoa incrível, minha amiga e madrinha de casamento Renata Prado.
Odontologia e a gestação: nove meses de espera?
O antigo ditado popular dizia: “um dente para cada filho”. E, até hoje, a relação entre odontologia e gravidez é cercada de mitos. Entre eles, o de que a mulher perder dentes durante a gestação é algo natural. Essa perda ocorreria porque a mulher fica com sua saúde bucal temporariamente comprometida pelos hormônios e o tratamento odontológico levaria riscos à gestação.
Será que o tratamento odontológico traz riscos para o bebê? E à mãe?
As consequências de um quadro de dor ou infecção, que pode se disseminar pelo organismo materno, tem sequelas muito mais prejudiciais à mãe e ao bebê do que os riscos relacionados ao tratamento odontológico no período. Qualquer emergência deve ser tratada independentemente do período gestacional.
Na gestação, é comum o aparecimento de algumas afecções bucais, sendo as mais comuns o aumento da atividade de cárie e as alterações gengivais. É importante lembrar: a gravidez não causa, por si só, gengivite. A inflamação gengival encontrada nas grávidas é causada pelo acúmulo de placa bacteriana.
A gravidez também não é responsável pelo aparecimento de cárie nem pela perda de minerais dos dentes da mãe para formar as estruturas calcificadas do bebê, como comumente se acha. O aumento da atividade cariogênica está relacionado a frequentes alterações da dieta e maior presença de placa bacteriana.
É comum, no primeiro trimestre, a mulher que está nauseada não conseguir realizar adequada higiene bucal, e os vômitos, que podem ocorrer, contribuem para a desmineralização dos dentes.
Mantenha os mesmos cuidados bucais: limpeza diária dos dentes, com uso adequado de escova, pasta e fio dental.
Tratamentos não emergenciais podem ser conduzidos com mais tranquilidade durante o segundo trimestre, fase considerada mais estável.
O terceiro trimestre costuma trazer maior desconforto para o tratamento odontológico: difícil achar posição confortável na cadeira do dentista. Está sem dor e foco de infecção? Adie o tratamento.
As alterações gengivais em mulheres grávidas têm recebido maior atenção recentemente por outro motivo: estudos recentes apontam que grávidas com doença periodontal têm sete vezes mais chance de ter bebês prematuros e de baixo peso, devido, principalmente, à liberação de substâncias inflamatórias na corrente sanguínea.
Antes de tudo, a própria gestante precisa ter saúde. Se possível, faça uma consulta odontológica pré-natal.
Durante a gestação, se esforce para manter adequada higiene bucal.
Após o parto, lembre-se que o nível de saúde bucal da mãe tem relação com a saúde bucal da criança. Os pais, particularmente a mãe, influenciam muito o comportamento que os filhos adotarão.
E não esqueça: numa emergência, a grávida não deve deixar de ir ao consultório odontológico.
Lembre-se: a gestante precisa de mais atenção, e não de menos.
Chega de mitos?
Dra. Renata M.S. Prado
Cirurgiã-dentista
CRO: 77.526
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