Gergin Ginecologia

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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Sangramento uterino anormal - Introdução e Pólipos

Pessoal,


Como prometido voltei para escrever sobre sangramento aumentado!
O dia começou bem lá em casa, com Pedrinho se mostrando um rapazinho muito responsável e espertinho...coloquei lá em meu Instagram @barbara.murayama, então estou super animada para o dia de hoje 😀 !!

   Para falar de sangramento aumentado, vou mostrar uma figura clássica para nós ginecologistas que explica o ciclo menstrual de todos os pontos de vista... hormônios envolvidos, evolução do óvulo,  do endométrio - que é a camada interna do útero...Esse é o ciclo normal, de uma mulher sem anticoncepcional, na fase reprodutiva - menacme, ou seja, entre a primeira e última menstruação da sua vida. 
   Uso muito essa figura durante as consultas aqui na Clínica Gergin Ginecologia, para explicar as minhas pacientes como nosso corpo trabalha. Paciente bem orientada é mais colaborativa, acredito muito nisso!



  É muito difícil para muitas mulheres quantificar sua própria menstruação. Sempre falamos em padrão individual, mas essa tabela mostra um padrão geral aproximado de normalidade para nos basearmos quando vamos avaliar uma mulher que relata sangramento aumentado. 

  Oriento sempre minhas pacientes a anotarem o primeiro dia da menstrual, que é o primeiro dia do ciclo. E trazerem essa informação para consulta, além de se observar a cada mês para entender qual é seu padrão menstrual de dias, de fluxo, de intervalo. 
  
Conhecer nosso próprio corpo é essencial para a prevenção e diagnóstico precoce de problemas em geral. 


Mas afinal o que é considerado sangramento anormal?
Qualquer desequilíbrio dessa balança.

Pode acontecer em qualquer fase da vida da mulher. Desde as mais mocinhas...Parênteses: Amei o look da Bruna do baile Vogue de ontem!
...até as mais poderosas, sim porque dá para ser linda, maravilhosa e saudável em qualquer idade, está aí o exemplo. Arrasou Donata Meirelles!!




Alguns dados para que entendam a importância do problema:

- De acordo com um estudo brasileiro, 40% das consultas ginecológicas são por queixa de sangramento uterino anormal. 
- Cerca de 25 % dos atendimentos do pronto socorro de ginecologia que eu coordeno são por essa queixa.

         Ou seja, a grande importância é o impacto na qualidade de vida, produtividade da mulher, mas  também pensando como gestora e cidadã o aumento da utilização serviços saúde, precisa ser levado em consideração.


     Então, para que qualquer ginecologista do mundo possa falar a mesma língua, foi desenvolvida essa classificação pela Federação internacional de Ginecologia e Obstetrícia a FIGO. 




Como funciona? 

 Juntando as informações da paciente em questão passadas durante a consulta médica, exame físico, exames complementares, vamos definir a causa do sangramento. 
 Avaliamos se há alguma causa estrutural como pólipos, miomas, adenomiose ou até doenças pré- malignas do útero (hiperplasias) ou malignas do útero ou colo do útero. Se nada for encontrado, partiremos para avaliar outras doenças como problemas da coagulação, disfunções dos ovários, outros problemas endometriais, iatrogênicas que inclui sangramentos por uso de hormônios por exemplo, entre outras. 

Vamos falar um pouco de cada um desses problemas?


Pólipos


São projeção de tecido endometrial ou endocervical que podem se formar dentro do útero ou no canal endocervical.
A causa não está 100% definida, sabemos que há relação com estimulação hormonal natural ou por uso de Terapia Hormonal. Também predisposição genética, entre outros. 

A maioria deles é  benigno. Mais de 95%. 🙌

A maioria dos pólipos não causa sintomas, sendo diagnosticados em exames de rotina. 

A grande preocupação é quando eles causam sangramento anormal e acontecem em mulheres com risco aumentado para câncer de endométrio, ou seja, mulheres ao redor da menopausa, que estejam obesas, portadores de pressão alta, diabetes, entre outros. 

Após o ultrassom transvaginal ou pélvico por via abdominal em mulheres que não têm relações sexuais, o exame de Histeroscopia que visualiza o útero por dentro com uma câmera, é o melhor jeito de fazer o diagnóstico. E esse exame de histeroscopia também pode ser realizado em mulheres virgens, ok? Pois o aparelho é muito fininho e passa pelo hímen sem rompê-lo. 

A maioria dos pólipos deve ser retirado, para termos a biópsia e a certeza de não ser um câncer. 

 O tratamento é cirúrgico, o procedimento para isso é a histeroscopia cirúrgica. 

É um procedimento minimamente invasivo, sem cortes, de rápida recuperação e baixo risco. 

Quem tem ou teve um pólipo tem mais chances de ter  outro.

Prevenção envolve tratamento da obesidade, ou seja, reeducação alimentar para perda de peso, atividade física regular com profissional da área, controle do diabetes e pressão alta. 
 Manter rotina ginecológica em dia,visitando regularmente sua ginecologista é essencial para diagnóstico precoce de pólipos. 

No próximo post adenomiose!!!

Uma ótima sexta- feira a todos! E um final de semana de luz!!



Bárbara Murayama 













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