Estrogênio e Progesterona em pílulas anticoncepcionais

Pessoal, 

Já falamos aqui sobre os tipos de métodos. Hoje, vou escrever um pouco sobre os tipos de hormônios que podem compor pílulas. 

Existem hoje diversas pílulas anticoncepcionais no mercado, cada combinação com suas particularidades. Isso permite que as mulheres possam escolher as melhores de acordo com seus objetivos. Mas é preciso lembrar que algumas mulheres devem tomar cuidado antes de optar por métodos hormonais que contém especialmente estrogênio. 

Mulheres fumantes, por exemplo, devem ter cuidado redobrado, pois o tabagismo associado ao uso de pílulas anticoncepcionais aumenta significativamente o risco de formação de trombose 9 entupimento de veias)

As pílulas mais utilizadas são compostas por dois tipos de hormônio, o estrogênio e a progesterona. A quantidade e o tipo de estrogênio e progesterona podem variar e é por isso que a escolha do anticoncepcional deve ser individualizada e feita junto com a ginecologista em consulta médica. 

ESTROGÊNIO

São dois os tipos de estrogênio usados nas pílulas: o etinilestradiol é um estrogênio sintético e o valerato de estradiol é natural. 

As primeiras pílulas tinham dose alta, 100 µg de etinilestradiol e por isso provocavam mais efeitos colaterais, como aumento do peso e muitos enjoos. Atualmente a dose do etinilestradiol é mais baixa, podendo ser até só de 15 µg, mantendo o risco de gravidez baixo. Fiz uma lista aqui dos tipos e das características das pílulas anticoncepcionais, para que você conheça e quando viera a consulta possamos discutir com mais informação, que tal?

Qual a melhor dosagem?

Quanto ao estrogênio contido nas pílulas...As pílulas de etinilestradiol podem ser de ultra baixa dose (15 µg), baixa dose (30 e 20 µg) ou média dose (35 µg). Nem sempre as pílulas de ultra baixa dose são as mais indicadas, pois muitas mulheres podem ter sangramentos de escape e demorar para se adaptar. Normalmente começamos a usar essas pílulas para adolescentes e também moças que já apresentaram efeitos colaterais com outras pílulas (ganho de peso, enjoos ou vômitos, dores de cabeça, nas pernas e dores nas mamas).

Todas elas tem em sua composição algum tipo de progesterona para equilibrar. 

Como tomar?

Pílulas de ultra baixa dose (15 µg) costumam ser tomadas no regime 24 por quatro. Ou seja, a pílula é tomada por 24 dias e a pausa dura no máximo quatro dias. Mas, para a maior parte dos tipos de pílula, a tomada é de durar 21 dias e a pausa de no máximo 7 dias. Hoje temos a tendência a diminuir essas pausas para menos dias, assim evitados outros efeitos, inclusive melhorando TPM. Mas a ginecologista pode modificar o jeito de tomar, de maneira individualizada. Então, é importante seguir a orientação médica. 

PROGESTERONA

A progesterona é o hormônio que faz a diferença nos efeitos complementares dos anticoncepcionais, a depender do tipo utilizado na composição de cada um.

Levonorgestrel

O levonorgestrel foi uma das primeiras progesteronas usadas na composição das pílulas e está no mercado até hoje. Alguns dos produtos que levam esse tipo de produto na composição são o Microvlar, Ciclo 21 e Level. Ele tem ação androgênica, ou seja, parecida com hormônios masculinos. Pode provocar maior oleosidade da pele, acne e aumento de pelos. Em contrapartida, pode ser uma boa opção para aquelas mulheres que reclamam da queda da libido com uso de pílulas.

Gestodeno

O gestodeno tem efeito androgênico pequeno, isto é, o aumento de características masculinas - como pelos, oleosidade da pele e aumento da libido - é discreto. Também tem ação diurética. O princípio é bom para mulheres que apresentam sintomas leves de inchaço pré- menstrual e acnes. Exemplos: Micropil, Ginesse, Femiane, Diminut, Harmonet, Tamisa, Ginesse, entre outros.

Desogestrel

Essa substância tem ação intermediária quanto ao efeito androgênico. Ela oferece um bom controle de peso e ajuda na saúde da pele. Alguns exemplos são: mercilon, gracial, mercilon conti, minian,femina, primera e minian. Elas podem ainda estar associadas a 20 ou 30 µg de etinilestradiol.

Acetato de ciproterona

Este é mais antigo e está presente em várias pílulas associadas a 35 µg de etinilestradiol, como a Diane 35, a Selene, a Diclin e a Artemidis. Tem ação antiandrogênica muito potente, por isso é muito usada no controle da Síndrome dos Ovários Policísticos, já que essas mulheres apresentam, em geral, muita acne, pele oleosa e pelos em excesso.

Drospirenona

Essa também tem ação antiandrogênica potente e diurética ao mesmo tempo, o que pode ser útil para aquelas mulheres que reclamam de inchaço pré-menstrual. Yasmin, Yaz e Elani ciclo contam com esse princípio, a diferença básica entre elas é a dose de etinilestradiol e o regime de tomada.

Clormadinona

Segundo o fabricante, esse tipo tem ação antiandrogênica e por isso traz benefícios para a pele sem perda do apetite sexual. Vem associada a 30 µg de etinilestradiol. A Belara contém a clormadinona.

Dienogest

Esta também tem ação antiandrogênica e é usada em associação com o valerato de estradiol. A Qlara usa o dienogest. O dienogest é também uma das medicações usada isoladamente no controle da endometriose e adenomiose. 

Existem diferentes pílulas, com composições variáveis e efeitos muitas vezes diferentes, por isso aquela que serve para sua irmã ou amiga, provavelmente não será a melhor para você. São muitos detalhes que devem ser levados em consideração na hora da escolha do melhor método anticoncepcional e se a escolhido for a pílula, ainda há muito em que se pensar até se chegar a melhor opção. Então só a paciente, em parceria com a ginecologista, é capaz de definir isso.

Agende a ginecologista e esclareça suas dúvidas!!!

Grande abraço

Bárbara Murayama