O Pedro nasce neste sábado. Por conta de algumas alterações do bem-estar dele, relacionadas ao diabetes gestacional e ao líquido amniótico, meu obstetra e eu resolvemos que o melhor é que o Pedro venha ao mundo hoje. Nada sério, mas não dá para ficar esperando a natureza agir e correr alguns riscos. Em obstetrícia, estamos lidando com duas vidas – a da mãe e a do bebê –, e o sucesso se dá quando conseguimos entregar ambos em ótimo estado.
Em razão do parto, vou ficar uns dias sem aparecer neste espaço. Quero aproveitar para falar sobre o líquido amniótico.
O que é o líquido amniótico?
Ele envolve o feto depois das primeiras semanas de gestação. Durante grande parte da gravidez, o líquido vem quase que inteiramente do feto e exerce uma série de funções essenciais para o crescimento e desenvolvimento normal do bebê:
- Ajuda a protegê-lo de um trauma no abdômen materno;
- Amortece a compressão do cordão umbilical entre o feto e o útero;
- Possui propriedades antibacterianas que fornecem alguma proteção contra infecções;
- Serve como um reservatório de líquidos e nutrientes para o feto;
- Fornece o fluido necessário, bem como espaço e os fatores de crescimento, para permitir o desenvolvimento normal dos pulmões fetais e dos sistemas músculo-esqueléticos e gastrintestinais.
Alterações no volume de líquido amniótico, tanto para menos (oligoidrâmnio ou oliamnio) como para mais (polidrâmnio), estão associadas a uma infinidade de problemas na gravidez.
Quando o líquido está acima ou abaixo do normal, podem haver conseqüências, como a interrupção antecipada da gravidez – e mesmo que seja aos nove meses, o recém-nascido pode ser pequeno para a idade gestacional. Há também mais riscos de internação em UTI neonatal e de haver malformações congênitas. Além disso, o líquido alterado pode ser o primeiro sinal de alguma doença, como diabetes, hipertensão gestacional e infecções congênitas, entre outras.
Como o líquido se forma?
No início da gestação, ele se forma por trocas de líquidos entre a placenta e a membrana que forma a bolsa das águas e, ainda, por secreções da pele do bebê. Da metade para o final da gravidez, o líquido se forma, basicamente, por meio da urina do bebê e das secreções produzidas por seus pulmões.
A regulação da quantidade ocorre por diversos mecanismos – a priori, pela deglutição e excreção do próprio feto através da urina e de suas secreções pulmonares. O volume do líquido na gestação aumenta, gradativamente, até o período entre a 34ª e a 36ª semanas (oito meses). Posteriormente, até o nono mês, o volume de fluido pode até diminuir, mas ainda se mantendo dentro da normalidade.
O volume de produção de urina fetal, a deglutição e a secreção de líquido do pulmão podem provocar variações na quantidade de líquido amniótico. Assim, o volume é um reflexo da condição fetal. Lembrando que, além do próprio feto, a condição materna pode afetar o nível do fluido, já que mãe e filho estão conectados intimamente, através do cordão umbilical.
Eu volto assim que puder para contar como foi o parto do Pedro e falar sobre os primeiros dias de maternidade pra valer. Conto com a torcida de todos! Até lá!
Desejo que tudo corra bem nesce momento e que o Pedro seja muito bem-vindo!
ResponderExcluirAguardo novidades!
Sâmia.