Gergin Ginecologia

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Adenomiose e é carnaval!!!

Pessoal, 

Preparados para carnaval?

Carnaval é tempo de festa, mas nem por isso precisa perder toda a noção e voltar doente ou machucada, né?

Para quem vai para a folia não esqueça de se hidratar, alimentar bem e usar preservativo!!!

 As doenças sexualmente transmissíveis estão a todo vapor! Melhor previnir!! HIV, sífilis, herpes, HPV, gonorréia, clamídia, tricomonas, hepatites, entre outras....e não pense que acontecem só com pessoas de classes socio-culturais desfavorecidas, porque acontecem com qualquer um que se exponha. Independente de raça, credo, orientação sexual. Sexo é uma delícia e com responsabilidade pode ficar melhor ainda!! Use camisinha inclusive para sexo oral, ok?

Aos rapazes, respeito é bom e as mulheres gostam! Nada de forçar beijo e muito menos sexo! Sexo que a mulher não consentiu é estupro sim, mesmo se for sua esposa, namorada ou "peguete"! Então vamos procurar nos relacionar com quem quer se relacionar com gente! E meninas, caso sofram abuso, procurem ajuda médica imediatamente para que as prevenções possam ser feitas em tempo hábil. E denunciem também!!! Não é culpa sua, independente da sua roupa ou comportamento! 

Mas seguindo o cronograma do blog, hoje está previsto escrever sobre esta doença que pode ter como um dos sintomas sangramento uterino anormal...Adenomiose!! Vamos lá....


O que é a adenomiose uterina? 


 É uma doença que causa períodos menstruais com maior fluxo de sangue ​​e dolorosos nas mulheres. Em pacientes com adenomiose uterina, o útero costuma ser maior que o normal e o miométrio(camada muscular do útero) costuma aparecer alterado em exames de ultrassonografia e ressonância. Isso acontece porque o tecido parecido com o que que normalmente fica dentro do útero e se descama durante a menstruação, o endométrio, começa a crescer dentro das paredes do útero de forma errada.



Adenomiose frequentemente acontece junto com outros problemas que afetam as mulheres, especialmente endometriose e miomas. 

Por que é importante falar sobre adenomiose?

A frequencia de adenomiose nas mulheres não foi determinada com precisão, uma vez que o diagnóstico só pode ser feito com certeza por exame microscópico do útero, tipicamente após histerectomia. Mas estima-se que afete cerca de  20% das mulheres, em um outro estudo esse achado chegou a 65%. 

 Até recentemente, a adenomiose era apenas diagnosticada no momento da histerectomia. A maioria dos estudos sugere que as mulheres submetidas a histerectomia( retirada do útero) para a adenomiose estão nos últimos anos antes da menopausa. No entanto, isso resulta em uma falta de informações sobre os estágios iniciais da doença. Estudos que utilizam imagens pélvicas, em vez de histerectomia, para o diagnóstico sugerem que a adenomiose pode ser encontrada inclusive em adolescentes.

Além disso, o fato de que a adenomiose coexiste com outras doenças uterinas, principalmente miomas uterinos e endometriose, contribui para as lacunas na compreensão desta doença. 

Quais as causas da doença? Como ela se forma?

 As causas exatas da adenomiose não são conhecidas.

 As principais teorias são que ela se desenvolve a partir de infiltração do endométrio (camada interna do útero) no miométrio (camada muscular, onde acontece a doença)  ou que a pessoa já nasça com focos de endométrio no meio do miométrio, o que seria um defeito no desenvolvimento do embrião. 
Também há uma linha de pesquisa relacionando processos biomoleculares diferentes no tecido doente em relação ao tecido endometrial normal.

Os hormônios estrogênio e progesterona parecem desempenhar um papel na formação da adenomiose, como ocorre em outras doenças ginecológicas Esta conclusão é principalmente pensada a partir da resposta positiva dos sintomas aos tratamentos hormonais. 

Finalmente, outras teorias sugerem que hormônios como a prolactina e hormônio folículo estimulante (FSH), que têm efeitos uterinos diretos, também podem ter papéis na formação desta doença, sem nada ainda muito conclusivo. 

Ou seja, há ainda muito a ser estudado para uma definição precisa das causas. 


Quais são os sintomas da adenomiose?

● Aumento do fluxo menstrual tanto em quantidade de sangue quanto em dias de sangramento.
● Períodos dolorosos e esta dor pode acontecer também fora do período menstrual, em casos mais graves.
● Dificuldade para engravidar.


Quando procurar a ginecologista? 

Devemos ir pelo menos uma vez ao ano a ginecologista para avaliação de rotina desde meninas antes mesmo da primeira menstruação e a qualquer momento se apresentar menstruação com dores e mudança no padrão menstrual, ou seja, aumento de quantidade e duração. Lembram da balança do último post?



Quais exames são necessários? 

Nenhum dos exames que existem hoje pode mostrar com certeza se você tem adenomiose. Mesmo assim, existem alguns que podem ajudar a ginecologista a descobrir o que pode estar causando seus sintomas.Hoje, cada dia mais, o Ultrassom transvaginal especialmente com preparo intestinal e a ressonância magnética de pelve com preparos específicos têm nos ajudado a suspeitar fortemente e iniciar controle dos sintomas, sem necessidade de cirurgia alguma para diagnóstico.

 Mas nenhum exame substitui a consulta médica, a conversa sobre seus sintomas e o exame físico ginecológico completo. A partir disso, a ginecologista irá pensar em qual o melhor exame que geralmente será o ultrassom transvaginal e depois talvez uma ressonância magnética.



Como é o tratamento da adenomiose? 

É preciso pensar no desejo ou não de ter filhos dessa mulher e quais os sintomas que a estão incomodando. O único tratamento comprovado e defintivo para adenomiose é a cirurgia para remover o útero, chamado de histerectomia, que pode ser realizada via vaginal ou via abdominal através de técnicas variadas: robótica, videolaparoscopia convencional ou cirurgia aberta comum. 

Mas existem outras opções de tratamento para controle de sintomas e que tentam evitar que a doença piore, pensando em reduzir o sangramento intenso e a dor. Caso a mulher queira engravidar, é preciso investigar profundamente o casal e avaliar qual o melhor tratamento.

Dentre os tratamentos para controle dos sintomas da doença estão:

DIU medicado - Um tipo de DIU, que libera levonogestrel, hormônio da família das progesteronas, (O DIU deve ser colocado dentro do útero pela ginecologista). Tem duração de 5 anos. É uma medicação e como tal pode provocar efeitos colaterais como sangramento de escape, discreto inchaço, acne, entre outros. Portanto, é muito importante discutir tudo isso com a ginecologista antes de decidir pela colocação.

Ablação endometrial - É uma cirurgia por histeroscopia para retirada da camada interna do útero, o endométrio. Esse procedimento tem por objetivo diminuir o sangramento. Só pode ser realizado por médico histeroscopista e em mulheres que não querem mais engravidar.

Algumas vezes, podemos escolher associar o DIU medicado a ablação endometrial.


● Medicamentos analgésicos podem fazer parte do cuidado dessas mulheres para melhorar a qualidade de vida delas.
●  Anticoncepcionais e outras medicações hormonais ajudam no controle da dor, sangramento e da doença. Idealmente buscamos sempre o bloqueio da menstruação. As pílulas ou qualquer outra medicação hormonal devem ser prescritas exclusivamente pela ginecologista, nunca use medicação por conta própria!!

Hábitos de vida saudáveis sempre irão fazer parte das orientações a essas e qualquer outra mulher durante a consulta. Então, manter ou iniciar atividade física regular, hábitos alimentares saudáveis. Além de não fumar, praticar atividades que ajudem a gerenciar estresse. 

Espero ter conseguido explicar um pouco sobre essa doença ainda tão desconhecida, mas que acomete muitas mulheres e prejudica muito a qualidade de vida delas!

Um excelente carnaval de folia ou descanso a todos!!!

Grande abraço!

Bárbara Murayama







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